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Acolhida

aos doentes de rua

Acolhida de 700 “irmãos” doentes crônicos, físicos e psíquicos, que estavam abandonados nas ruas

Desde o seu início, o Movimento Religioso Missão Belém não fechou as portas para ninguém. Esse é o motivo pelo qual as residências privadas e familiares dos nossos membros voluntários se tornam “Igrejas familiares”, que se abrem a todos os que batem à porta e precisam. Os doentes, também, são convidados a entrar, se desejarem, nesse clima de “Igreja familiar”.

Nas “missões de rua”, encontramos inúmeros doentes físicos e psiquiátricos (que se tornaram tais pelos muitos anos vividos na rua) e sentimos a necessidade de não os deixar no estado deplorável de abandono em que os encontramos. Eles fazem parte da nossa “família” pelo simples fato que precisam. A palavra inspiradoras dos membros do Movimento Belém é o trecho do Evangelho de Mateus 25:

“Então o Rei (Jesus) dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu (Jesus) estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, sem teto, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; DOENTE, E CUIDASTES DE MIM...” (Mt 25, 34-36).

Todos compreendem que para fazer o bem não precisa do carimbo do CMDCA, ou do COMAS, ou da ANVISA, VIGILÂNCIA SANITÁRIA ou de um “alvará de funcionamento”. Muito pelo contrário, todo privado cidadão é convidado a “construir o bem comum” da sociedade onde vive.

Claro que esses órgãos públicos vão operar com suas modalidades e objetivos, mas cada privado cidadão tem um amplo raio de ação, sem precisar se transformar em uma instituição social. Aliás, A BELEZA DA MISSÃO BELÉM CONSISTE EM MOSTRAR QUE TODOS PODEM FAZER O BEM, mesmo sem diploma de Assistente social, de Psicólogo ou médico; todos podem fazer o bem, da forma que está ao alcance deles, sem delegar tudo ao Estado.

Por exemplo, no Estatuto do Idoso, no artigo 10 parágrafo 3º se diz:

§ 3o “É DEVER DE TODOS zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.

Um dos primeiros objetivos do Movimento Missão Belém é ajudar os idosos, os incapazes, ou os doentes abandonados nas ruas para que tenham uma vida melhor.

Todos os membros da Missão Belém levam muito a sério a questão da OMISSÃO DE SOCORRO, como fala o artigo 135 do Código penal brasileiro: É crime “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”

Diante dos homens e de Deus é crime deixar morrer uma pessoa, quando estaríamos em condições de fazer algo para salvar sua vida. Claro que a nossa primeira atitude é procurar a rede pública de saúde, procurar os Promotores, os Secretários de saúde, procurar a família natural desses doentes, mas, em breve, os hospitais dão alta; os Promotores cobram os órgãos das prefeituras, mas esses não conseguem dar uma resposta adequada; as famílias de origem não se encontram... e, no tempo em que ninguém consegue fazer nada, nós nos propomos como “família de quem não tem família”. O Movimento Missão Belém, através dos seus voluntários, acolhe, hoje, cerca de 700 pessoas doentes que estavam abandonadas nas ruas.

Não temos ajuda econômica de nenhum Órgão Público para fazer o que fazemos e nem pedimos isso. Trata-se de algo COMPLETAMENTE GRATUITO, que surge por iniciativa privada e que todos podem fazer. Tentamos oferecer a esses pobres tudo o que temos, pensando que, por quanto pouco seja, é sempre melhor do que na rua onde eles sofriam em um estado de completo abandono.

Cada “Irmão Pai” (que abre sua residência privada à acolhida de 10-15 irmãos em situação de rua) assume também a responsabilidade das pessoas que recebe em sua casa, sobretudo no caso sejam INCAPAZES e ele mesmo notifica os órgãos públicos (Promotores e Secretários da Saúde). E quando os órgãos competentes tomam conhecimento desses irmãos “incapazes”, podem decidir se transferir os mesmos para lugares mais adequados, ou deixá-los com o Irmão Pai do Movimento Missão Belém.


Os doentes não são nossos, a única coisa que podemos fazer é tirá-los da rua onde o risco de morte é altíssimo e oferecer para eles o melhor amparo que conseguimos.

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